O Segundo do Fim (2008)
Direcção artística: João Negreiros
Texto: João Negreiros Cenografia: João Negreiros Desenho de Luz: Rui Maia Sonoplastia: João Negreiros Operação de luz: Benjamim Vaz Operação de som: Emanuel Mendes Elenco: Cátia Cunha e Silva, Dina Costa e Filipe Martins Produção: TUM |
Uma família acorda e não se reconhece. O tempo pára, a noite revela segredos que a paragem dos ponteiros
não conseguiu ocultar. As personagens tomam então consciência da realidade que as envolve, da pobreza que lhes prende o espírito e lhes castra a liberdade com ausência de luz. Simão e Joana vivem em constante divergência que nem o amor supera. Ele, refém de uma mulher grávida de um futuro feito à medida por uma entidade superior, e ela presa a um homem com sede de mudança e saturado com o que lhe tem reservado o presente, mas que ama sem ter consciência do seu amor próprio. Numa tentativa de iluminar a vida surge uma luz como derradeiro acto de salvamento, mas ela não é suficiente, e a filha que nasce não consegue anular os conflitos a que estão amarrados. A filha que não se fez à semelhança dos pais procura a rebeldia nos seus princípios e ideais, crescendo num mundo onde a guerra e a inocência estão interligadas. Clara é a filha, a guerrilheira solitária que brinca às guerras que a família ajuda a desenhar. É neste ambiente repleto de simbolismo que as personagens se adequam e agem em sintonia com os elementos naturais como a Lua, o Sol, a água, o calor, o vento e o frio. Esta peça possui uma forte componente política, utilizando a heterogeneidade das personagens para recriar o medo, a subordinação, o poder, a hipocrisia e a revolta de quem vive num mundo que, reconhecidamente, não familiar. |